2 de julho de 2010

[you love me but you don´t know who i am]

Não me deixes só. Salvar vidas é apenas impedi-las de desistir.
Vem, vem hoje. Diz-me ao ouvido que não presto para nada mas mesmo assim me queres, mesmo assim algo em mim te chama, como um relógio de cuco.
Como ela me chamava quando o tempo parecia eterno e os “amo-tes” eram sempre ridículos. Como ela, meu amor. Desculpa cair nesta ridícula clonagem, neste arrancar de sentidos que me impede de ver-te. Desculpa se não posso esquecer. Desculpa se não quero esquecer.
E tu vens. Trazes no corpo um vestido que te molda as formas, que me lembra do que te trouxe aqui.
Há dias que tento dizer-te que me sinto só, que salvar vidas é o trabalho mais solitário do mundo. E tu, apenas distante, alheia da minha voz. Interessa-te o meu estetoscópio, a minha máscara, não eu. Se calhar não te interesso nada.
Sorrio para que me vejas, para que me olhes, mas tu continuas absorta, embalada pela minha voz. Mesmo que eu não diga nada de jeito. Mesmo que me esconda. Mesmo que te diga,
- encontra-me,
E tu saias porta fora.

2 comentários:

  1. Daniel, em primeiro lugar parabéns não só pela forma como escreves mas tambem o que consegues transmitir cá para fora, simplesmente espectacular só deixei hoje comentário pois quis ler tudo com calma, Os textos falam sobre experiências de vida, de nós, de tudo o que nos rodeia. Mtos deles fazem-me lembrar um pouco de tudo o que estou a viver neste momento, é uma história bem complicada e um momento muito delicado...Gostei mesmo
    Fiquei fã e já estou como teu seguidor...
    Abraço e continua.

    João Senna

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  2. continua a escrever desta maneira, adorei completamente :o

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