2 de julho de 2010

[She lies and says she's in love with him, can't find a better man...]


Apetece-me tocar-te. Mas não toco. Tudo aquilo em que toco desfaz-se. Foi assim contigo, foi assim com esse coração vadio, essa estrada sem cruzamentos, esse caminho sem fim.
Penso em mim. Penso em quantas como eu se terão perdido na alegria do teu sorriso, na doçura do teu olhar. No teu doce fingir.
Fingir. A tua melhor arte. E quando eles te perguntam:
- Doutor, vou morrer?
Tu ficas estático, paralisado pelo medo. Pensas fingir, mas acabas por responder. Nunca saberás se finges ou não. Nem eu. Ninguém sabe.
Olhas para o relógio. Como se pudesses adiar as minhas palavras e adiantar os meus actos. Como se os ponteiros da tua alma pudessem acelerar o meu beijo, o meu toque…no fundo, o teu conforto.
Em medicina ninguém te ensinou a ser paciente, por isso queres o imediato. E eu não sei.
- O imediato é muito longe, senhor doutor?
Seja onde e como for, as minhas mãos são apenas as minhas mãos.
Mãos de mulher. Como todas as outras.
Lembra-te disso e poderás lembrar-te de quase tudo.

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